A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), fez uma proposta aos clubes de pouco mais de R$ 200 milhões para bancar a Série B pelos próximos quatro anos. A ideia da entidade é ter a Brax Sports Assets como parceira para vender os direitos de transmissão e patrocínios com o mínimo garantido no mesmo parâmetro obtido pelo campeonato até o ano passado, quando havia contrato com a Globo.
A informação da proposta foi noticiada pelo Notícias da TV. Os clubes ficaram de estudar a oferta e responder à CBF até a próxima quinta-feira (9), quando uma nova reunião está agendada na sede da confederação.
Incerteza na Série B
Em 2022, o torneio contou com a presença de Cruzeiro, Vasco, Grêmio e Bahia, o que inflou os pagamentos feitos pelo Grupo Globo. Para 2023, com o fim do contrato de TV e sem os quatro times de grande torcida, que conseguiram o acesso para a Série A, a avaliação da emissora é que o campeonato se desvalorizou.
Uma concorrência está sendo liderada pela IMG, mas ninguém apresentou uma proposta que deixasse os clubes satisfeitos. A Globo chegou a oferecer um valor bem abaixo, R$ 50 milhões, que foi rejeitado pelos times.
Pela oferta da CBF com a Brax, a empresa daria o mínimo garantido aos times e negociaria contratos de patrocínio e de direitos de transmissão. O modelo a ser adotado seria semelhante ao que foi feito no Campeonato Carioca, em que a Band transmite a competição e divide os ganhos das cotas de publicidade que forem comercializadas com a parceira.
Incerteza na Liga
Sem um contrato de TV a um mês do início do campeonato, a CBF resolveu abraçá-lo, oferecendo um valor similar ao que a Globo pagava em 2022. A proposta também concede um reajuste desses valores nos próximos anos de contrato, até 2026.
O problema é que essa oferta interfere na criação da liga brasileira de clubes. A intenção tanto da Liga do Futebol Brasileiro (Libra) como da Liga Forte de Futebol (LFF) é que a primeira edição do torneio, com um novo contrato de TV sendo negociado para as Séries A e B, acontecesse em 2025.
Caso a proposta da CBF seja aceita pelos clubes, a formação da liga ficaria enfraquecida, já que não abarcaria os direitos de TV da segunda divisão.
Em fevereiro, a LFF assinou um contrato com a gestora brasileira Life Capital Partners e a norte-americana Serengeti Asset Management para a venda de 20% da liga em um contrato que pode chegar a US$ 900 milhões (R$ 4,97 bilhões). Para que o acordo seja efetivado, precisa do aval de 36 dos 40 times das Séries A e B.
O problema é que esse fundo de investimento perderia os direitos de duas edições da Série B, enfraquecendo os ativos do contrato. Isso pode inviabilizar a negociação da LFF.
A Liga do Futebol Brasileiro (LIBRA) pode ter um problema semelhante, embora sua negociação com a investidora Mubadala Capital seja de U$ 900 milhões (R$4,7 bilhões, na cotação atual) para adquirir 20% dos direitos comerciais da futura liga, condicionado a ter 80% dos clubes da Série A no acordo. Isso representaria 16 times, cinco a mais do que o número que faz parte da Libra atualmente.
Por outro lado, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Ponte Preta, Sampaio Corrêa e Vitória, que integrarão a Série B em 2023, fazem parte da Libra. Caso aceitem o acordo, também poderão ter problemas em relação ao contrato com a Mubadala.
CBF propõe bancar Série B por quatro anos e põe a LFF em xeque
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