Situação é entusiasta do Forte Futebol, enquanto movimentos de oposição esperam ouvir as propostas da Libra antes de o clube acertar com um bloco
O Internacional confirmará a adesão à Liga Forte Futebol (LFF) ou trocará de lado e entrará na Liga Brasileira de Futebol, a Libra? A pergunta segue sem resposta, tampouco com um prazo para definição. O Conselho Deliberativo do clube adiou a reunião que votaria o assunto e ouvirá as propostas dos dois blocos para depois definir qual movimento aderir, em mais um episódio do conflito entre os grupos políticos.
A terça-feira marcou o envio de documento para encerrar a sessão adiada em 13 de março. Há 15 dias, o Conselho se reuniu para apreciar a adesão à LFF, que conta com 26 clubes e tem Inter, Atlético-MG, Athletico-PR e Fluminense como expoentes.
No entanto, um requerimento com a assinatura de 142 conselheiros pediu a suspensão do debate e abertura para ouvir os termos da Libra antes da decisão.
O mais recente episódio manteve a ebulição que permeia o Beira-Rio. Uma tensa reunião entre os conselheiros definiu pela suspensão na ocasião.
A ideia era votar a favor do Forte Futebol, assinar um termo de compromisso e vender 20% dos direitos de transmissão a um consórcio norte-americano pelo período de 50 anos. O Inter receberia R$ 214 milhões entre 2023 e 2024 caso assinasse com a LFF.
Para tentar desatar os nós, uma comissão especial no Conselho Deliberativo acabou criada para estudar a matéria e dar um parecer. Três conselheiros (Emílio Papaléo Zin, ex-vice de futebol e relator, Ivandro Morbach e Vieira da Cunha) votaram a favor, enquanto dois (Alexandre Chaves Barcellos, presidente do grupo, e Mauri Cruz) foram contra com um pedido de aprofundamento sobre as ideias da Libra.
A votação expôs a divisão política colorada. Os apoiadores são de movimentos que dão suporte ao presidente Alessandro Barcellos. O mandatário é um dos líderes do Forte Futebol.
A dupla que votou contra pertence à oposição. Chaves Barcellos, que foi vice-presidente na gestão de Marcelo Medeiros, pertence ao Movimento Inter Grande (MIG), principal movimento do clube, e um dos cotados a disputar o pleito presidencial no final do ano.
LIBRA x LFF
Os entusiastas do Forte Futebol alegam ter um equilíbrio maior na distribuição dos valores. A divisão entre todos os clubes seria 45% de forma igualitária, 30% por performance e 25% por engajamento. Além disso, defende que não seja necessário unanimidade para definir questões coletivas.
No fim de fevereiro, a Libra aprovou novo cálculo da divisão dos direitos, mas com uma transição em um período de cinco anos. A divisão de receitas ficaria em 40% de forma igualitária, 30% por performance e 30% pelo engajamento, medido somente por audiência. Ao término do período, seria igual ao modelo proposto pelo Forte Futebol.
A Libra tem o apoio da maioria dos clubes da Série A do Brasileirão, entre os principais, Flamengo, Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Grêmio. Se o Inter mudar de lado e aderir a Libra, acertaria a venda também de 20% pelos mesmos 50 anos a um grupo árabe.
O Conselho de Gestão precisará procurar os dois blocos para que apresentem as propostas aos parlamentares. Resta saber quando será e como os colorados receberão as ideias difusas.
Fonte: Globo (GE)