Girão critica pressa do governo para aprovar PL das Apostas Esportivas

O senador Eduardo Girão (NOVO-CE) criticou nesta terça-feira (28), durante um pronunciamento no Plenário do Senado, a votação do PL das Apostas Esportivas (Projeto de Lei 3626/23) prevista para essa quarta-feira (29). Para Girão, a inclusão do projeto entre as votações do final do ano não se justifica.

Ele expressou preocupações, argumentando que a proposta pode abrir espaço para jogos de azar, trazendo riscos à saúde e segurança pública sem benefícios econômicos, especialmente para o turismo.

“Esse projeto já foi votado às pressas na véspera do Carnaval, lá no ano passado, na Câmara dos Deputados. Por que deixar para a última hora no ano de 2023? Temos que fazer várias audiências públicas, temos que ouvir especialistas. É muito preocupante porque isso é jogatina, jogo de azar. Não gera um centavo de turismo”, afirmou Girão.

Segundo o parlamentar, o texto do PL das Apostas Esportivas também passou por alterações que descaracterizaram a proposta inicial. Ele citou a inclusão de “jabutis” que viabilizam, por exemplo, a colocação de máquinas de caça-níquel em estabelecimentos como padarias e farmácias.

Em discurso, à tribuna, senador Eduardo Girão (Novo-CE) / Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O senador alertou que a medida que autoriza também os cassinos on-line pode se transformar em um problema de saúde e segurança pública.

“Nós temos obrigação moral, como senadores, de proteger a população brasileira, que vai se entregar ao vício […] que vai pegar o dinheiro suado do seu trabalho; quem tem um “comerciozinho”, uma lojinha, vai perder e adoecer. Porque essas pessoas começam perdendo a moto, porque já perderam o dinheiro; depois têm que vender a casa; depois perdem o emprego, perdem a família, porque a família fica destruída; e acaba com o suicídio”, disse

Girão fez um apelo aos senadores para analisarem a gravidade do tema e enfatizou a importância de proteger o “patrimônio esportivo”, como o futebol.

“Sabem quem vai perder? O clube de futebol. O primeiro que deixa de pagar é o sócio torcedor, porque quebrou […] eu estou aqui para defender a população brasileira, que vai ser a maior desgraçada com essa coisa do jogo voltando para o Brasil, um libera geral jamais visto, um vale tudo pelo dinheiro”, enfatizou.

Fonte: Agência Senado

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