“Ataques cibernéticos estão se tornando notícias diárias, então a indústria deve estar mais atenta aos truques utilizados para obter acesso aos detalhes de jogadores e operadores”, diz Lindsay Slader, SVP de conformidade na GeoComply, em sua entrevista para a Gaming365.
O cibercrime é um termo abrangente e útil. Ele engloba várias ferramentas menores e mais complexas que criminosos podem utilizar para obter, comprar e vender informações privadas de indivíduos, incluindo nomes de usuário e senhas.
Uma das ferramentas mais recentes e difundidas que tem surgido em violações de dados ultimamente são as identidades sintéticas, que Lindsay Slader, da GeoComply, define como “identidades criadas inteiramente ou em parte a partir de informações fictícias”.
“Temos observado um aumento constante em seu uso por fraudadores na última década, e são um desafio massivo de combater”, diz ela. “Enquanto investigar uma identidade roubada pode permitir encontrar a pessoa legítima por trás dela para confirmar informações, uma identidade sintética está ligada aos fraudadores que a controlam.”
Isso significa que todas as informações associadas a essa identidade estão vinculadas ao criminoso por trás dela.
“Portanto, eles detêm todas as informações e, em última instância, serão as pessoas que os analistas de fraude contatarão ao investigar possíveis fraudes na configuração de contas ou fraudes de assinaturas.”
OS “PORQUÊS E COMO”
Identidades sintéticas são diferentes das ferramentas comuns de cibercrime. Como Slader menciona, elas podem ser compostas parcial ou completamente a partir de informações inventadas do nada.
Mas quando se trata do dano que podem causar, Slader não usa rodeios.
“As consequências podem ser imensas”, ela insiste, passando a explicar que isso se deve em parte à natureza anônima do crime.
“Por não haver uma vítima por trás de uma fraude usando uma identidade sintética, um esquema de fraude pode perdurar por muito mais tempo sem ser detectado, e as investigações são mais desafiadoras.”
Isso significa que, embora uma única identidade sintética por si só seja ineficaz, ela constitui um bloco de construção de um esquema muito maior e muito mais perigoso.
“Consequentemente”, ela diz, “as perdas em um caso de fraude com identidade sintética podem ser mais altas do que em um caso tradicional de roubo de identidade nos primeiros dias da criação de uma conta.“
TIJOLO POR TIJOLO
Embora as informações sejam fictícias, o esforço que os criminosos empregam para criar identidades sintéticas é imenso.
Slader explica que as informações necessárias para criar uma identidade sintética são “tipicamente forjadas” e que os criminosos miram “vários facilitadores, como empresas de telecomunicações e determinadas instituições financeiras”.
Isso lhes permite fortalecer a integridade da identidade, continua ela, criando uma situação potencialmente crítica.
“À medida que constroem credibilidade em torno da identidade, ela se torna mais perigosa”, diz ela. “Sabemos que os fraudadores hoje em dia também especializam suas atividades e, em alguns casos, mantêm centenas de tais identidades com a intenção de revendê-las na dark web ou em outros canais de comunicação.”
Para os operadores que desejam evitar um escândalo cibernético do tipo identidade sintética, Slader recomenda medidas robustas de verificação de dados.
“A verificação de dados é sempre necessária para validar se uma identidade apresentada é autêntica”, diz ela.
No entanto, elas não são 100% eficazes.
“Dito isso, ela tem suas limitações, pois identidades sintéticas bem elaboradas podem parecer legítimas. É a combinação de vários métodos de detecção que pode ajudar a combatê-las.”
CIBER SEGURANÇA
Entram em cena os protocolos biométricos de conhecimento do cliente (KYC).
Medidas biométricas de KYC têm sido utilizadas na indústria há anos para lidar com questões que vão desde a lavagem de dinheiro até o financiamento do terrorismo. Elas permitem que os operadores rastreiem as informações até o indivíduo que as possui.
Slader acredita que, em combinação com outras medidas de segurança, isso poderia ser eficaz para os operadores que buscam reforçar a segurança.
“A combinação de outros métodos de verificação fortalecerá o portfólio antifraude de uma organização contra identidades sintéticas”, ela continua. “A biometria é uma chave importante, já que a comparação dos fatores biométricos de várias contas pode mostrar vínculos com o mesmo ser humano.”
“A combinação de outros métodos de verificação fortalecerá o portfólio antifraude de uma organização contra identidades sintéticas.”
CONSTRUINDO UM FOSSO
No entanto, Slader também apoia métodos de segurança alternativos, elogiando a combinação testada e comprovada de geolocalização e impressão digital.
“Uma boa combinação de impressão digital do dispositivo e geolocalização também pode oferecer uma proteção robusta, pois a capacidade de ver de onde as contas são abertas e qual dispositivo é usado tornará cada vez mais complexo para os fraudadores”, diz ela.
“Eles terão que encontrar vários endereços para usar”, ela esclarece. “Eles terão que se mover fisicamente e encontrar telefones temporários”.
Com tudo isso considerado, o que os operadores podem fazer para combater a ameaça de identidades sintéticas?
Segundo Slader, eles podem “diversificar suas ferramentas antifraude e usar uma combinação de pontos de dados em uma suíte holística de prevenção de fraudes para serem o mais eficazes e precisos possível”.
Em última análise, não há uma única medida de cibersegurança que seja a melhor. Isso seria fácil demais. Em vez disso, os operadores terão que estar continuamente à frente da curva e implementar as medidas de segurança mais rigorosas do mercado para manter os dados de seus clientes o mais seguro possível.
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