Estima-se que desde 2020, o crescimento deste segmento de Poker chegou a 150% e mais de 10 milhões de pessoas no mundo são adeptas da atividade. Segundo dados do Statista (portal dem estatísticas em pesquisas de mercado), o Brasil pulou de 100 mil jogadores em 2006 para 4 milhões em 2018. Já os dados mais recentes da Confederação Brasileira de Texas Hold’em (CBTH) apontam que o número de jogadores regulares de poker já ultrapassa 7 milhões, tanto presencialmente quanto online, mostrando o grande mercado e crescente de jogadores profissionais.
Entre eles estão nomes como Isabella Oliveira, jogadora de 28 anos, e Victor Marques, jogador com mais de 20 anos de experiência profissional, que participarão no próximo mês do Enjoy Poker Tour, que acontece no Enjoy Punta del Este Casiono & Resort, em agosto.
Confira as entrevistas:
Isabella Oliveira
Como começou no Poker e no poker profissional?
Comecei a jogar com amigos quando fazia faculdade de Engenharia Civil, depois a jogar em um clube de Poker que ficava ao lado da faculdade. Me ofereceram trabalhar como dealer à noite e acabei me apaixonando pelo esporte. Com isso, deixei a faculdade pra trabalhar como dealer e também viajando por todo o Brasil nos maiores circuitos. Mas meu sonho sempre foi jogar, e em 2018 consegui entrar em um time jogando micro, continuando meu trabalho como dealer. Até que em 2019 consegui deixar o outro trabalho e viver como jogadora profissional.
Quantas vezes viaja por ano para torneios?
Viajo aproximadamente cinco vezes por ano aproximadamente, participo das etapas da Enjoy Poker Tour no Uruguay, duas etapas de algum evento no Brasil. Pode acontecer de ir pra Vegas ou Europa, como esse ano optamos por participar do EPT Barcelona que acontece logo após o evento da Enjoy.
Quais são seus hobbies fora do poker?
Gosto muito de treinar musculação, sou apaixonada em filmes e series, amo ver pôr do sol na praia ou na beira do lago. Estar em contato com a natureza.
Como você se prepara para um jogo? Como antes e depois?
Sempre faço uma meditação para agradecer pela oportunidade e tento visualizar como gostaria que fosse meu dia, como forma de me acalmar e focar
E como uma jogadora mulher, qual o maior mito?
Que mulheres não são tão boas quantos os homens, ou que as mulheres não tem tantos resultados quantos os homens. Levando em consideração que hoje, no auge da participação de mulheres em torneios, ainda somos apenas 5% do total de jogadores no mundo, e que fomos inseridas no jogo muito tempo mais tarde, considero que as mulheres vêm se destacando de uma forma incrível.
Qual torneio aspira ganhar? Qual foi sua maior conquista?
Com certeza o Main Event da Enjoy Poker Tour. Minha maior conquista foi um torneio online de $8K dolares e pretendo cada vez mais me desenvolver e conquistando mais torneios.
Porque considera importante que haja um torneio para mulheres no evento?
Esse torneio serve como porta de entrada para as mulheres se sentirem mais confortáveis em um ambiente tão machista quanto o Poker. Para não se sentirem intimidadas em uma mesa com oito homens. Incentivar a competição num ambiente que seja mais agradável, e os torneios ladies são exatamente isso. Para as mulheres se divertirem, darem boas risadas, e possibilitar que tenham mais representatividade no Poker, no esporte.
Seu companheiro é o @richydubini, jogador profissional argentino muito conhecido, em qual aspecto vocês se ajudam? aprendem um com o outro?
Eu e o Richard somos companheiros para todas as horas, e algumas das poucas brigas que tivemos, foi por mãos de poker. Desde o começo tínhamos perspectivas diferentes por eu ser do online e ele do físico, e com certeza trocamos muito conhecimento todo o tempo. Além disso, temos muita sorte de ter um ao outro na mesma profissão. Compartilhamos frustrações e alegria e isso nos faz crescer cada vez mais como casal, nos dá muita força.
Victor Marques
Como começou no Poker e no poker profissional?
Aprendi a jogar draw poker, ou poker fechado, aos 7 anos, com meu avô, o Texas Holdem aos 17, com meu irmão, e participei do meu primeiro torneio em 2003, aos 23. Em 2005 joguei o primeiro torneio de poker do Enjoy Punta del Este. O fundamental que aprendi desde o princípio é se divertir jogando. Que o jogo nunca se torne algo chato, estressante. Que sempre se desfrute o momento de jogar e curtir nas mesas!
Quantas vezes viaja por ano para torneios?
Viajo no minimo doze vezes por ano, para cidades como Las Vegas, Barcelona, Panamá e claro a minha amada Punta del Este.
Qual a sua opinião no crescimento que o poker tem tido nos últimos anos no Brasil?
Acredito que a imagem boa do poker como jogo divertido, de raciocínio e estratégia, prevaleceu por sobre outras visões que não faziam sentido com o espírito do jogo. Isso é uma vitória e tanto e trouxe muita gente interessada. Ainda há muito para crescer, mas os números impressionam!
Atualmente os jogadores que mais têm se destacado são brasileiros. Na sua opinião, qual a diferença dos jogadores brasileiros para os estrangeiros?
Os jogadores brasileiros são muito interessados no estudo e aprimoramento do jogo. Consomem muitos conteúdos didáticos, discutem mãos e são muito competitivos. Além disso temos os times de poker que encurtam muitos caminhos nesse processo de aprendizado.
Como você acha que o Poker pode crescer e ser incentivado mais ainda?
Acredito que o Brasil seja hoje o país mais destacado no poker online. As boas histórias, aquelas de transformação de vida, surgem nas mesas virtuais. É importante que a gente siga contando essas histórias, criando ídolos, agregando novos interessados à cena.
Com qual jogador gostaria de compartilhar a mesa?
Com as minhas amigas Pamela Balzano e Isabella Oliveira, que além de grandes jogadoras, são pessoas incríveis e seriam uma ótima companhia para nos divertirmos e aprendermos também.
Como foi seu primeiro contato com o Enjoy Punta del Este?
Como disse acima, tive o prazer de jogar o primeiro torneio de poker no Enjoy Punta del Este, lá em 2005. Tenho uma verdadeira história de amor com esse lugar tão especial, um verdadeiro templo do poker. Cada vez que volto ao Enjoy há algo novo para se descobrir, novos amigos, e fundamentalmente excelentes histórias para se contar. Disso vivemos!