Associação de Jogos em Portugal Exige Ação Contra Plataformas ilegais

O relatório anual da Associação Portuguesa de Apostas e Jogos Online (APAJO) revelou que 41% dos jogadores em Portugal utilizam plataformas de jogos não regulamentadas. Entre os jovens de 18 a 34 anos, esse número aumenta para mais de 50%.

A APAJO, que representa empresas como Betclic e Bwin, já tomou medidas legais contra influenciadores digitais que promovem sites ilegais. O estudo de 2024 da APAJO destacou que os principais motivos pelos quais os jogadores preferem plataformas não licenciadas incluem bônus mais atrativos, melhores probabilidades e uma maior variedade de jogos. Por outro lado, aqueles que optam por plataformas licenciadas mencionam a segurança (61,3%) e o suporte ao cliente (37,3%) como fatores decisivos.

Dos entrevistados no estudo “Hábitos de Jogo Online em Portugal 2024”, cerca de 90% tinham consciência de que oferecer serviços de jogo sem licença é ilegal no país. A APAJO identificou quatro operadores ilegais entre as 15 principais plataformas de jogos online em Portugal.

Ricardo Domingues, presidente da APAJO, destacou a necessidade de uma ação coordenada entre operadores licenciados, legisladores e reguladores para atingir uma taxa de canalização de pelo menos 80%. Ele advertiu sobre os perigos que as plataformas ilegais representam, afirmando que esses operadores frequentemente ignoram as leis de proteção ao consumidor e evitam o pagamento de impostos.

“Neste momento, os operadores ilegais são, na sua maioria, projetos obscuros que tentam descaradamente explorar a facilidade com que conseguem chegar ao público português, evitando todas as regras de proteção ao consumidor e pagando impostos”, disse Domingues.

“Este tipo de organização coloca os jogadores em todos os tipos de risco, desde os seus saldos até aos seus dados pessoais e financeiros, e até se envolvem em comportamentos predatórios em relação a públicos vulneráveis.”

Jogadores em Plataformas Ilegais Apostam Mais

O estudo “Hábitos de Jogo Online em Portugal” ampliou sua amostra para 1.000 pessoas neste ano, proporcionando uma visão detalhada sobre o comportamento dos jogadores em plataformas legais e ilegais.

Conforme o estudo, 71,5% dos participantes disseram gastar até €50 por mês em apostas, com a maioria gastando menos de €25. Entre aqueles que jogam apenas em plataformas licenciadas, 77,6% relataram gastar menos de €50 mensais. A APAJO observou que os jogadores que utilizam plataformas ilegais tendem a gastar mais em comparação com aqueles que usam serviços regulamentados.

No que diz respeito às ferramentas de jogo responsável, 78,2% dos jogadores conhecem esses recursos nas plataformas licenciadas, e 43,3% afirmam já tê-los utilizado.

Domingues também enfatizou a perda de receitas fiscais, estimada em mais de €100 milhões, causada pelos operadores ilegais. Ele sugeriu que é fundamental impedir que esses operadores se promovam através de redes sociais, influenciadores e publicidade paga, além de bloquear métodos de pagamento como Multibanco e MBWay.

A APAJO intensificou seus esforços contra o jogo ilegal, registrando várias queixas criminais, incluindo uma denúncia recente contra a influenciadora Cláudia Nayara no início de 2024.

No ano passado, a APAJO lançou a campanha “Meu Jogo é a Sério” para promover práticas de jogo responsável, com a participação de diversos influenciadores digitais.

Enquanto isso, o mercado legal de apostas online em Portugal continua a crescer, registrando recordes de receita consecutivamente nos últimos trimestres.

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