O consórcio Aposta Vencedora, liderado pela empresa SAV Participações, venceu a concessão de loterias em São Paulo ao oferecer o maior lance de outorga fixa de R$ 600 milhões, um ágio de 130,15% sobre o valor mínimo de outorga. O pregão foi realizado nesta sexta-feira (01), na sede da Bolsa de Valores (B3), em São Paulo.
Com investimentos previstos de R$ 333 milhões, o consórcio superou a oferta do Consórcio SP Loterias, liderado pela italiana IGT Global Services Limited.
“O Estado de São Paulo tem um modelo regulatório que permite implantar aqui uma loteria de classe mundial, a exemplo dos Estados Unidos. Tenho convicção de que vamos implantar aqui”, disse o presidente do conselho de administração do consórcio Aposta Vencedora, Alexandre Manoel.
O valor mínimo para a outorga era de R$ 260,7 milhões. O Consórcio SP Loterias apresentou uma primeira oferta de R$ 486,5 milhões, um ágio de 86,63%, enquanto a Aposta Vencedora iniciou com R$ 465 milhões, um ágio de 78,36%. Segundo O Globo, Com a diferença entre as ofertas ficando abaixo de 5%, o leilão passou para o modo viva-voz, onde, após quatro lances, a SAV superou o consórcio liderado pelos italianos.
“É um modelo vencedor em que o estado se torna sócio e passa a auferir poarte da receita líquida. Então, quanto mais a concessionária performar, mais a gente ganha. É um negócio com regulação definida, com governança e pagamentos definidos e com destinação dos recursos para a saúde”, disse o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
Loteria de São Paulo
O projeto prevê 31 unidades exclusivas e mais de 11 mil pontos não exclusivos em todo o território paulista. O consórcio poderá explorar o serviço de maneira física ou virtual.
A estimativa é arrecadar R$ 3,4 bilhões aos cofres públicos, que serão investidos para o desenvolvimento de políticas públicas na área da Saúde, destacou o Governo de São Paulo.
Os jogos poderão ser nas modalidades prognósticos (específico, esportivo, numérico e passiva) e loteria instantânea (como a “raspadinha”, por exemplo). A decisão dos modelos ficará a cargo da empresa vencedora.
O contrato também prevê que o consórcio impeça o acesso dos produtos para crianças e adolescentes. Os pontos de vendas físicos deverão estar a uma distância de pelo menos 300 metros de creches ou unidades de ensino básico e fundamental.
O modelo estadual de loterias foi liberado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2020, que entendeu que a União não poderia monopolizar o serviço. Em São Paulo, o sistema foi aprovado em 2022 pela Assembleia Legislativa (Alesp), com o objetivo de trazer novas fontes de financiamento.