O mercado de apostas esportivas no Brasil enfrenta uma grave ameaça: a proliferação de sites ilegais. Segundo Plínio Lemos Jorge, presidente da ANJL (Associação Nacional de Jogos e Loterias), a falta de combate efetivo a essas plataformas pode fazer com que empresas legalizadas abandonem o país.
Em entrevista, Lemos Jorge destacou que, apesar de o Brasil ter criado um dos marcos regulatórios mais completos para o setor, ajustes ainda são necessários para bloquear sites clandestinos. Ele enfatiza que essas empresas ilegais não só prejudicam o mercado regular, mas também colocam os apostadores em risco, já que operam sem qualquer compromisso com segurança, saúde mental e proteção de menores.
Bloqueios Insuficientes e Prejuízos ao Setor
Embora o governo já tenha bloqueado mais de 3.500 sites irregulares, o presidente da Anatel, Carlos Baigorri, descreveu o processo como “enxugar gelo”. A facilidade com que plataformas ilegais criam novos domínios torna os bloqueios ineficazes no longo prazo.
Plínio Lemos Jorge reforçou a necessidade de separar as empresas regulamentadas das clandestinas. “As plataformas legais buscam oferecer um ambiente saudável e seguro, enquanto as ilegais destroem a confiança no setor”, afirmou.
Consequências Econômicas e Sociais
Os sites ilegais geram concorrência desleal ao não pagar impostos ou cumprir com os custos operacionais previstos na legislação brasileira, como o recolhimento de R$ 30 milhões para a licença federal. Para as apostas legalizadas, a manutenção desse cenário é insustentável.
Além do impacto econômico, essas plataformas causam danos à credibilidade do setor e à segurança dos consumidores. A ANJL também alertou para os riscos de práticas nocivas como publicidade voltada a menores e estímulo ao endividamento.
Propostas para Combater as Bets Irregulares
A ANJL apresentou recentemente à Anatel propostas para intensificar o combate aos sites ilegais. Entre elas, está a necessidade de maior autonomia para a agência, nos moldes do que foi feito contra as chamadas “box clandestinas” de TV por assinatura.
Além disso, a associação defende um esforço conjunto entre governo, setor privado e instituições financeiras para barrar meios de pagamento usados pelas plataformas ilegais.
Educação e Conscientização como Solução
A ANJL acredita que campanhas de conscientização são cruciais para orientar os apostadores a escolherem plataformas regulamentadas. “Apostar deve ser encarado como um entretenimento, não como uma fonte de renda”, ressaltou Lemos Jorge.
Expectativas para 2025
Com o mercado regulado previsto para entrar em vigor em 2025, a expectativa é de um ambiente mais seguro e estruturado, favorecendo tanto as empresas legalizadas quanto os consumidores. “O Brasil tem potencial para se tornar referência global em regulamentação de apostas esportivas”, concluiu o presidente da ANJL.
Fonte: UOL