Uma pesquisa conduzida pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e pela CNF (Confederação Nacional das Instituições Financeiras) revela que 59% dos brasileiros são favoráveis à regulamentação rigorosa das apostas esportivas pelo governo. Outros 19% defendem uma abordagem mais flexível, destacando o desejo geral de maior controle sobre esse setor.
Embora o mercado de apostas tenha ganhado popularidade no país, a confiança nas plataformas é baixa. Apenas 12% dos entrevistados afirmaram confiar ou confiar muito nesses sites, enquanto 84% demonstraram pouca ou nenhuma confiança. Com a regulamentação prevista para ser implementada em janeiro de 2025, os brasileiros poderão distinguir facilmente entre operadores legais e ilegais, o que pode aumentar a credibilidade do setor e reduzir práticas irregulares.
Hábitos e impactos financeiros das apostas
A pesquisa, realizada pelo Ipespe entre 15 e 23 de outubro, entrevistou 2.000 brasileiros de todas as regiões. Os resultados, com margem de erro de 2,2 pontos percentuais, mostram que 40% dos brasileiros afirmam apostar ou têm alguém em casa que aposta. Entre os apostadores, 24% jogam diariamente, enquanto 39% apostam entre uma e três vezes por semana.
O impacto financeiro das apostas preocupa: 56% dos participantes disseram que o dinheiro gasto faz falta no orçamento familiar, e 53% temem endividar-se. Para 41%, os valores investidos nas apostas comprometem despesas essenciais, como alimentação (37%) e pagamento de contas (36%). Apesar dos gastos, 52% dos apostadores relatam perdas maiores do que os ganhos.
Regulamentação é fundamental para o setor
As apostas esportivas estão liberadas no Brasil desde 2018, mas sem regulamentação clara. Em 2022, o governo federal iniciou o processo de legalização, que deve ser concluído em janeiro de 2025. Atualmente, apenas sites com registro no Ministério da Justiça podem operar de forma legal.
O avanço da regulamentação também tem sido tema de debate político e econômico. A Febraban destaca os riscos das apostas para a economia familiar e o mercado de crédito, enquanto uma CPI no Senado investiga a atuação das plataformas no país.
Marcelo Garcia, especialista em Políticas Sociais, reforça a necessidade de medidas preventivas para proteger as famílias e reduzir os impactos econômicos e sociais. Nesse sentido, o governo federal busca restringir o uso de recursos de programas sociais, como o Bolsa Família, em apostas, garantindo que o mercado regulado seja mais seguro e beneficie a sociedade como um todo.