O crescimento dos sites de apostas online, as chamadas “bets”, está ameaçando o futuro do jogo do bicho no país, de acordo com reportagem publicada pelo jornal americano The New York Times (NYT) neste domingo (12). Enquanto as bets operam em um mercado regulado, o jogo do bicho continua sendo considerado uma contravenção pela legislação brasileira.
Na reportagem, o NYT destaca a popularização das bets, que vêm ocupando o espaço do jogo do bicho entre os apostadores no Brasil desde a legalização do mercado de apostas de quota fixa, no final de 2018.
Mercado digital
De acordo com a reportagem, o jogo do bicho parece enfrentar uma “crise existencial”. Operando de forma analógica, com seis sorteios diários, o jogo não tem conseguido competir com a quantidade ilimitada de sorteios e os prêmios maiores oferecidos pelas bets, o que tem levado menos brasileiros a gastarem com o bicho.
Segundo um levantamento do Instituto Jogo Legal (IJL), as bets atraem mais de US$ 23 bilhões em apostas por ano, cerca de dez vezes mais do que a loteria de animais, conforme revela a organização sem fins lucrativos que estuda jogos de azar no Brasil.
Bets são febre no Brasil
A reportagem também abordou o crescimento dos cassinos online no país. Com a legalização das bets, os jogos de cassino online passaram a conquistar os brasileiros, devido à facilidade de acesso pela internet e ao uso de dispositivos móveis.
“O jogador brasileiro agora tem um cassino no bolso”, disse Magno José Santos de Sousa, presidente do Instituto Jogo Legal (IJL).
Segundo o NYT, o governo brasileiro estima que quase um quarto da população tenha realizado apostas pela internet nos últimos cinco anos e que o gasto médio mensal com esse tipo de atividade ultrapasse US$ 3,5 bilhões, cerca de R$ 20 bilhões.
A reportagem também destaca os riscos advindos do crescimento das apostas online no país, incluindo o vício em jogos de cassino online, como o Fortune Tiger, popularmente conhecido como “jogo do tigrinho”. A comerciante Taiza Costa, em entrevista ao NYT, afirmou: “É difícil parar”. Em apenas dois anos, Taiza perdeu US$ 80 mil, cerca de R$ 480 mil, com o “jogo do tigrinho”.
Confira a notícia completa do New York Times sobre as mudanças do mercado de apostas acessando aqui.