As medidas de bloqueio de sites de apostas irregulares não estão conseguindo impedir o funcionamento das plataformas que operam de forma ilegal, segundo um levantamento realizado pelo UOL. De acordo com a reportagem, mais de 80% das bets ainda redirecionam os usuários para outros sites ou aplicativos de apostas online.
Para driblar os bloqueios da Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda (SPA-MF), as bets ilegais utilizam estratégias para direcionar os usuários a outros sites ou aplicativos de apostas online. As plataformas sem licença para operar no país também recorrem ao plágio da identidade visual e a sistemas que emitem anúncios com uma falsa validação do governo.
Em dezembro de 2024, a SPA e a Anatel firmaram um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) para agilizar o bloqueio das URLs de sites de apostas ilegais que operam no Brasil. Desde outubro de 2024, a secretaria já determinou o bloqueio de 9.600 sites de apostas online sem autorização do governo.
Em entrevista ao UOL, o presidente da Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), Plínio Lemos Jorge, afirmou que as interrupções de acesso às URLs são insuficientes. Lemos destacou que é necessário bloquear o DNS dos sites para impossibilitar o acesso às plataformas.
Em nota a reportagem, a Anatel reconheceu as estratégias adotadas pelas casas de apostas ilegais para burlar os bloqueios, mas afirmou estar isenta da fiscalização da efetividade das ações junto aos mais de 21 mil prestadores de banda larga fixa e móvel.
Procurado pela reportagem, o Ministério da Fazenda não se manifestou sobre o assunto.
O levantamento analisou 7.599 sites individualmente. Todos os acessos foram realizados sem o uso de VPN, rede privada que permite contornar restrições de acesso a serviços da web. Endereços bloqueados após alertas de conexão insegura, risco de roubo de dados ou indisponibilidade por “redirecionamento em excesso” foram considerados inativos. Domínios à venda também não foram contabilizados.
Veja o levantamento completo do UOL clicando aqui.