Em um país de dimensões continentais como o Brasil, não faz mais sentido enxergar o mercado de apostas online como um só. O estudo conduzido por Otávio Esteves, com base em dados de mais de 3,7 milhões de jogadores ativos entre janeiro e abril de 2025, revela um Brasil multifacetado. Publicado originalmente no linkedin com o estudo feito com a adapta, o material traz um raio-x completo do iGaming brasileiro, levando em consideração aspectos demográficos, culturais, comportamentais e operacionais de cada região do país.
Trata-se de um estudo essencial para operadores, afiliados, fornecedores de tecnologia, profissionais de marketing e tomadores de decisão que desejam entender o mercado com profundidade e atuar de forma mais precisa e rentável. Com foco em apostas esportivas, cassino online, poker e bingo virtual, o estudo mostra como o Brasil é, na verdade, cinco mercados distintos, cada um com seus desafios, oportunidades e formas ideais de comunicação.
Sudeste: O Gigante Consolidado
O Sudeste concentra quase metade de todos os apostadores esportivos do país. Apenas o estado de São Paulo representa 23,4% do mercado nacional, seguido por Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. O perfil do apostador sudestino varia bastante, mas há destaque para o universitário em busca de entretenimento, o profissional urbano que aposta no intervalo do trabalho e o apostador tradicional, que valoriza estatísticas e ligas consagradas.
Esse é também o mercado com maior Lifetime Value (R$ 3.740) e forte conversão para o cassino online (23%). O mobile domina como canal de acesso, e a velocidade no pagamento, transmissões ao vivo e experiências fluídas em múltiplas telas são cruciais para a retenção.
Nordeste: O Gigante Emergente
Responsável por mais de 26% das apostas esportivas no país, o Nordeste é hoje a região que mais cresce. Bahia, Pernambuco e Ceará lideram esse movimento, com alta penetração do mobile, forte influência da cultura local nas campanhas e engajamento noturno (entre 20h e 00h).
O público nordestino é mais jovem que a média nacional e altamente responsivo a ações regionais. Apostadores do interior crescem acima de 30% ao ano e mostram comportamento mais fiel a marcas que entendem seu contexto. A conversão para cassino ainda é baixa (14%), o que representa uma oportunidade latente.
Sul: O Público Analítico e Leal
Com 11,25% do mercado, o Sul se destaca pelo perfil mais racional do apostador. Há uma preferência clara por conteúdo educativo, transparência nas odds e experiência desktop. É também a região com a menor taxa de churn do país, sinal de fidelidade e satisfação com as plataformas.
Cidades como Curitiba e Porto Alegre têm ticket médio elevado, e o interesse por eSports e apostas de longo prazo vem crescendo. A sazonalidade é forte no inverno, quando o volume de apostas sobe mais de 35%.
Centro-Oeste: Alta Renda e Valor por Jogador
Com menos de 8% dos jogadores, o Centro-Oeste surpreende por apresentar o maior ticket médio do Brasil. O Distrito Federal lidera em valor por aposta e ciclo de vida. Há três perfis bem definidos: o apostador do agronegócio, que aposta pouco e alto; o apostador urbano das capitais, mais frequente e equilibrado; e o de fronteira, mais propenso ao uso de VPN e a explorar mercados alternativos.
Os dados mostram que os apostadores dessa região valorizam segurança, velocidade e programas de fidelidade. O ciclo de vida é o mais longo do país (9,4 meses), e o cross-sell para cassino atinge impressionantes 37% em 180 dias.
Norte: Oportunidade em Potencial
A região Norte, com 7,41% dos apostadores, é a menos explorada comercialmente. Apesar disso, apresenta a maior taxa de conversão visitante-apostador do Brasil (4,8%) e o menor Custo de Aquisição (R$ 172). O desafio aqui está na infraestrutura: problemas de conexão, acesso bancário limitado e maior taxa de abandono no processo de verificação (KYC).
Com campanhas bem localizadas, uso de apps “lite” e influenciadores regionais, o potencial de crescimento é expressivo. Estados como Amazonas e Tocantins já apresentam crescimento anual acima de 100%.
Por que esse estudo importa?
Este estudo não é apenas um retrato estatístico: é uma ferramenta estratégica. Ele pode guiar decisões sobre:
- Onde investir em aquisição de novos jogadores
- Como criar campanhas mais eficazes por região
- Como adaptar a experiência do produto e o atendimento ao cliente
- Quais verticais (cassino, esportivas, poker, bingo) priorizar em cada estado
A principal conclusão do estudo é clara: operadores que tratam o Brasil como um mercado homogêneo estão perdendo oportunidades e desperdiçando recursos. Já aqueles que abraçam a diversidade regional estão colhendo os frutos de uma estratégia mais inteligente, responsiva e rentável.
Otávio Esteves e a equipe da Adapta recomendam a coleta contínua de dados regionais, o investimento em tecnologia responsiva e o treinamento de equipes locais. O futuro do iGaming no Brasil é regional, segmentado e cada vez mais competitivo.
“O Brasil não é um mercado. É um continente. Quem quiser prosperar aqui precisa entender isso logo.”
— Otávio Esteves
Créditos: Estudo original por Otávio Esteves, com dados da plataforma Adapta.org. A reprodução foi autorizada mediante manutenção dos devidos créditos.
Baixe o estudo completo
Para acessar todos os dados, métricas e insights com profundidade, faça o download do estudo original. É um material riquíssimo para quem deseja tomar decisões embasadas, entender comportamentos regionais e desenvolver estratégias inteligentes no mercado de iGaming.
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Ou acesse o LinkedIn do autor: linkedin.com/in/otavioesteves