O senador Irajá (PSD-TO) defendeu nesta terça-feira (29) a regulamentação da operação de cassinos no Brasil, argumentando que a sociedade está preparada para aceitar os jogos de azar sob normas rígidas e responsáveis. Durante sessão no Plenário do Senado, ele pediu a criação de uma legislação que esteja “alinhada aos desafios de hoje”.
O senador Irajá é o relator do Projeto de Lei (PL) 2.234/2022, que autoriza o funcionamento de cassinos, bingos e do jogo do bicho no Brasil. A proposta aguarda votação no Plenário do Senado, após ter sido adiada em dezembro de 2024. O projeto conta com o apoio de integrantes do governo Lula, como o ministro do Turismo, Celso Sabino.
Irajá citou uma pesquisa do DataSenado, realizada a seu pedido, segundo a qual seis em cada dez brasileiros apoiam a legalização dos cassinos. Para o senador, a proposta, que inclui também o jogo do bicho, apostas em corridas de cavalos e outros jogos, é vista pela população como uma oportunidade de desenvolvimento econômico, e não como uma ameaça.

— A atual proibição não funciona, pois 70% dos brasileiros e brasileiras acreditam que ela não reduz a oferta de jogos ilegais no país. Apenas 25% ainda acham que a lei, hoje, consegue conter a prática criminosa do jogo clandestino, do jogo ilegal, dominado pelo crime organizado.
De acordo com o parlamentar, o Brasil precisa de um novo marco legal, “moderno e responsável”, inspirado em modelos internacionais bem-sucedidos, capaz de fomentar o turismo, atrair investimentos e gerar empregos. No entanto, destacou que é fundamental que a regulamentação preveja mecanismos para combater a lavagem de dinheiro, o financiamento ao crime organizado e o endividamento de apostadores.
— Regulamentar é (…) garantir fiscalização e proteção à nossa sociedade, e os brasileiros apoiam exatamente isso.
Apesar do apoio à legalização, a pesquisa mostra que a maioria da população não pretende frequentar bingos e cassinos, mesmo com sua eventual liberação. Para Irajá, esse dado enfraquece os chamados “argumentos do medo” usados por opositores da proposta. Ele espera que o Senado analise o tema com seriedade e base técnica.
Fonte: Agência Senado