O governo federal já arrecadou R$ 3,03 bilhões de janeiro a maio deste ano com apostas esportivas e jogos online, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (26) pela Receita Federal. Somente no mês de maio, a arrecadação com as bets chegou a R$ 814 milhões, um crescimento de 23.096,8% em comparação com o mesmo mês do ano passado.
O montante dos primeiros meses de 2025 representa um aumento de 40.000% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram recolhidos R$ 7 milhões.
Segundo a Receita Federal, o segmento de apostas superou, em arrecadação, setores tradicionais da economia. Em maio, recolheu mais que atividades como educação (R$ 516 milhões), fabricação de máquinas e equipamentos (R$ 408 milhões) e comércio varejista (R$ 507 milhões).
O aumento com a arrecadação das bets reflete a implementação da tributação sobre a Gross Gaming Revenue (GGR), ou Receita Bruta dos Jogos, base usada para calcular os tributos devidos por casas de apostas.
A chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, afirmou que o aumento dos repasses ocorreu já em fevereiro, após o início do mercado regulado, em 1º de janeiro deste ano. “A partir de fevereiro, já tivemos a arrecadação da nova sistemática de tributação das empresas que reúnem as apostas de cotas fixas”.

Aumento da Taxação
No início do mês de junho, após semanas de especulações, o governo anunciou, em comunicado realizado após reunião com os presidentes da Câmara e do Senado, o aumento da taxação sobre as bets e o fim da isenção do Imposto de Renda sobre títulos de investimento, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs).
A equipe econômica editou uma medida provisória em 12 de junho com o objetivo de fortalecer ainda mais a receita pública. A medida é uma das alternativas ao decreto que elevou o IOF e deve gerar impacto positivo na arrecadação: R$ 284,9 milhões ainda em 2025 e cerca de R$ 1,7 bilhão por ano a partir de 2026.
Um dos pontos é o aumento da taxa para as bets:
- como era – taxa de 12% na receita bruta dos jogos;
- como ficou – taxa de 18% sobre o GGR.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad defendeu a taxação em entrevista à GloboNews na tarde desta sexta-feira (27), em tom crítico. “Você acha normal uma bet que não traz nada de bom no Brasil e fica anos sem pagar imposto nenhum como se fosse uma Santa Casa da Misericórdia?”, indagou o ministro.