A presença das Bets no futebol sul-americano vem dominam patrocínios nas prinicipais competições do continente, aponta levantamento da Folha de S. Paulo. Dos 32 clubes que disputam a Libertadores e da Copa Sul-Americana, 23, o equivalente a dois terços, mantêm parcerias com o setor de apostas.
Entre os brasileiros, a presença é absoluta: os seis clubes na Libertadores e os dois na Sul-Americana estampam marcas de bets no espaço mais nobre do uniforme. O mesmo acontece com três times de Peru, Colômbia e Equador, além de dois representantes do Chile.
“Em um mercado regulamentado em crescimento como o do Brasil, torneios sul-americanos podem fazer maravilhas para o crescimento da marca entre as operadoras”, disse Alex Rose, CEO da InPlaySoft, empresa inglesa que atua diretamente na criação e no desenvolvimento de plataformas e provedores para as casas de apostas.
O Internacional, por exemplo, fechou o maior contrato de patrocínio de sua história com a Alfa.
“Isso mostra que cada ativo do Inter se tornou uma vitrine estratégica para as marcas”, disse Alexandre Godoy, chefe de patrocínios e publicidade do clube.
Argentina
Na Argentina, dos nove times, somente três são patrocinados por uma bet. Mesmo assim, é um desempenho notável considerando que os clubes argentinos só começaram recentemente a assinar parceria com bets.
“É um mercado maduro e regulamentado em vários países, comprovando uma realidade de investimento nas principais ligas das Américas”, diz Nickolas Ribeiro, sócio e fundador da Ana Gaming, detentora das marcas 7k, Vera e Cassino.
O mais recente foi o gigante River Plate, que, no mês passado, anunciou a Betano como seu novo patrocinador master até meados de 2027.
Os números não foram divulgados, mas o mercado estima que o patrocínio tenha girado em torno de US$ 6 milhões por ano (equivalente a R$ 35 milhões)
O Boca Juniors também recebe valores parecidos da Betsson (R$ 40 milhões por ano). Já o Racing, campeão recente da Copa Sul-Americana e da Recopa, e que também é patrocinado pela Betsson, recebe em torno de R$ 12 milhões por ano.
Disparidade
A diferença em relação aos valores pagos aos clubes brasileiros é enorme. Pelo menos outros 14 clubes da Série A recebem mais do que Boca e River Plate pelo patrocínio master no uniforme.
Corinthians, Flamengo e Palmeiras, por exemplo, recebem mais de R$ 100 milhões por ano com patrocínios de bets, praticamente três vezes mais do que os números dos maiores clubes argentinos.
No Brasil, estima-se que os valores com patrocínios envolvendo as bets superem R$ 1 bilhão por ano.