Governo Federal prepara lista de impedidos de apostar em bets

O governo federal está finalizando a criação de uma lista nacional de impedidos de apostar em plataformas online, as bets. A medida será coordenada pela Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda (SPA-MF) e terá caráter obrigatório para todas as operadoras do setor.

Segundo a pasta informou à Gazeta do Povo, a plataforma que dará suporte à lista está em fase final de desenvolvimento e deverá entrar em funcionamento ainda este ano. A ferramenta reunirá informações de diferentes categorias de pessoas impedidas por lei de apostar, além de casos determinados por decisões judiciais e solicitações de autoexclusão voluntária.

Entre os grupos que estarão na lista estão:

  • beneficiários do Bolsa Família;
  • beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC);
  • menores de 18 anos;
  • agentes públicos com trabalho relacionado ao setor de bets;
  • atletas profissionais, árbitros, dirigentes, fiscais ou técnicos esportivos;
  • pessoas diagnosticadas com ludopatia (transtorno mental por vício em apostas);
  • pessoas que decidiram se afastar do mercado de apostas (os “autoexcluídos”);
  • usuários proibidos de apostar por decisão judicial específica.
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Foto: Danilo Verpa/Folhapress

As operadoras deverão recusar qualquer tentativa de cadastro, depósito ou aposta de pessoas incluídas na base. Caso algum usuário já esteja ativo no sistema, a empresa será obrigada a bloquear a conta e devolver os valores disponíveis.

“Os agentes deverão recusar cadastro, depósitos e apostas de quem constar na lista”, afirmou a secretaria.

Decisão do STF

Representantes de bets ouvidos pela Coluna do Estadão avaliam que, apesar da proibição imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de apostas de beneficiários do Bolsa Família e do BPC, a regra ainda é difícil de ser cumprida sem uma plataforma do governo que unifique as informações dessas pessoas.

Além da proteção aos beneficiários de baixa renda, o governo também se preocupa com o avanço das apostas entre adolescentes. Dados do Ministério da Justiça mostram que 55,2% dos jovens entre 14 e 17 anos que apostam estão em situação de risco de vício, contra 37,7% dos adultos.

Na avaliação de integrantes do setor, a proibição mais factível de ser executada até o momento é o veto a crianças e adolescentes. Isso porque as plataformas pedem foto do documento dos usuários no cadastro e enviam diariamente os dados de novos apostadores à Fazenda.

Com a nova plataforma, o governo espera garantir mais segurança ao mercado regulado, proteger os apostadores em situação de vulnerabilidade e fortalecer as políticas de jogo responsável no Brasil.

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