A Receita Federal informou nesta quinta-feira (21) que a tributação sobre bets e loterias garantiu R$ 4,73 bilhões aos cofres públicos nos sete primeiros meses do ano. A arrecadação com plataformas de apostas vem se consolidando como uma importante fonte de receita para o governo federal, mesmo em meio a disputas com o setor.
Segundo Marcelo Gomide, coordenador de análise da Receita, a projeção é que a arrecadação poderá quase dobrar até o final do ano, aproximando-se dos R$ 10 bilhões em 2025. Essa expectativa também se alinha às projeções da equipe econômica.
“A gente acredita que o número vai ser perto do dobro desse que a gente está apresentando agora”, afirmou Gomide, lembrando que a cobrança efetiva sobre as empresas de bets começou em janeiro. “Em princípio, eu não vejo problema nesse número de R$ 10 bilhões”, disse.

Como se distribui esse montante?
Do montante arrecadado, cerca de R$ 2,1 bilhões foram destinados à categoria de “loterias”, com aplicação obrigatória em áreas como seguridade social e esporte. Os outros R$ 2,6 bilhões correspondem a tributos tradicionais — como Imposto de Renda, PIS e COFINS — recolhidos das empresas que atuam no setor.
Comparativo e contexto regulatório
Anteriormente, considerando apenas os primeiros seis meses do ano, o setor já havia contribuído com cerca de R$ 3,8 bilhões em tributos — valor que superou a arrecadação de setores como educação, comércio varejista e fabricação de máquinas e equipamentos.
Desde o início de 2025, a regulamentação do mercado de apostas de quota fixa exige que apenas plataformas com o domínio “.bet.br” e registradas no Brasil operem legalmente, aumentando a formalização e a transparência.