O secretário nacional de Apostas Esportivas e de Desenvolvimento Econômico do Ministério do Esporte, Giovanni Rocco, defendeu nesta quarta-feira (3) a criação de um comitê interministerial para garantir transparência no repasse de recursos das apostas esportivas. A declaração foi feita durante audiência da Subcomissão Permanente de Regulação de Apostas Esportivas da Comissão de Esporte da Câmara dos Deputados.
Na reunião, deputados e entidades esportivas cobraram mais clareza dos órgãos responsáveis pela arrecadação das apostas no país. O debate integrou o plano de trabalho da subcomissão, que discute os desafios e as perspectivas do financiamento do esporte, especialmente das entidades que compõem o Sistema Nacional do Esporte e recebem recursos vinculados às loterias e apostas.
Segundo Rocco, a proposta é que o comitê seja formado pelos ministérios do Esporte e da Fazenda, com a função de acompanhar os repasses e assegurar mecanismos de fiscalização do uso desses recursos.
“As casas de apostas em um primeiro momento, pela falta de fiscalização e controle carregaram todo o investimento no futebol brasileiro. Hoje o futebol é totalmente dependente dos recursos das casas de apostas, este valor está inflacionado no mínimo cinco vezes, por isso esse debate tem que ser feito com responsabilidade para que a discussão sobre a publicidade seja uma questão madura, e para que o esporte não tenha prejuízos”, afirmou Giovanni.

“Nós da Confederação Brasileira de Desporto Escolar (CBDE) que atuamos com o desporto escolar que se difere do esporte de alto rendimento reconhecemos que a sociedade precisa do esporte de alto rendimento para gerar ídolos que sirvam de espelhos para a sociedade, mas temos a compreensão que nem todos os praticantes de esporte escolar se transformarão em ídolos esportivos. Eles de igual forma precisam ser impactados com os conceitos do esporte”, explicou o presidente da CBDE, Antônio Hora.
“Todas as iniciativas dessa Casa de garantir que esses recursos cheguem na ponta da lança são louváveis. Nós entidades privadas conseguimos receber os recursos, mas não temos garantias se aqueles valores estão corretos, pela falta da transparência mencionada aqui”, acrescentou Antônio Hora.
“Com relação à aplicação dos recursos é uma preocupação grande do Ministério do Esporte. As casas de apostas têm uma dívida social com o esporte brasileiro, pois elas utilizaram do esporte para entrar na vida das pessoas, na casa das pessoas, por isso essa contrapartida precisa vir à altura para que a gente enfrente os problemas advindos das apostas como um todo”, disse o secretário, que também pediu respostas claras para a sociedade.
O deputado Caio Vianna do Rio de Janeiro explicou ainda que o debate sobre os recursos ao esporte busca propor soluções para assegurar a continuidade e o fortalecimento das políticas públicas esportivas.