Advocacia, expansão estratégica e cultura de compliance marcam debates no primeiro dia da IGI

O primeiro dia da IGI Expo 2025 seguiu com discussões profundas e diretas, reunindo algumas das vozes mais influentes da indústria de apostas no Brasil. Se a abertura do evento foi marcada pela defesa da união institucional das associações, as conversas que vieram depois deixaram claro que o futuro do iGaming brasileiro será construído sobre três pilares essenciais: segurança jurídica, consolidação estratégica e governança responsável.

O público manteve a sala cheia durante toda a manhã — um indicativo de que, mais do que acompanhar tendências, o mercado está procurando maturidade.


Advocacia como Arquitetura da Regulação

10:00 – 10:55
Tema: A importância da advocacia no ambiente regulado
Moderação: Luiz Felipe Santoro (OAB-SP)
Palestrantes: Victor Amado (OAB-GO); Paulo Horn (OAB-RJ)

A discussão começou trazendo um ponto que ecoou durante todo o painel:

“Estamos regulando um mercado em movimento. Nada aqui é estático.”
Luiz Felipe Santoro abriu o debate contextualizando o momento jurídico atual do setor — um cenário onde normas federais, estaduais e decisões judiciais precisam encontrar convergência.

Paulo Horn destacou que a advocacia tem papel ativo antes, durante e após a formação da regulação:
“A lei não se sustenta sozinha. Ela precisa ser interpretada, defendida e aplicada. É aqui que a advocacia se torna peça estruturante.”

Já Luiz Felipe Santoro chamou a atenção para a responsabilidade das entidades jurídicas em reduzir incertezas para investidores e operadores, afirmando que o setor não pode viver de “jurisprudência surpresa”.

Victor Amado reforçou que as seccionais da OAB precisam atuar como pontes de diálogo, e não apenas órgãos fiscalizadores. Enquanto Paulo Horn alertou para a urgência de estabelecer parâmetros uniformes de responsabilidade, evitando discrepâncias regionais que dificultam a operação nacional.

O painel terminou com um ponto de concordância entre todos: sem segurança jurídica sólida, não existe mercado sustentável — existe apenas aposta sobre a aposta


Compliance Como Identidade Empresarial, Não Obrigações

14:05 – 15:00
Tema: Compliance: obrigação legal ou fundamento estratégico?
Moderação: Leandro Pamplona (Bonetti, Krugen e Pamplona)
Palestrantes: Kamilla Michiko (Vanguard); Fernanda Meirelles (FAS); Fernanda Batistella (Maia Yoshiyasu)

Este painel trouxe o debate mais direto e prático da manhã.

Leandro Pamplona iniciou com uma provocação:
“No Brasil, por muito tempo compliance foi visto como custo.
Agora precisamos entender compliance como seguro de sobrevivência.”

Kamilla Michiko apresentou casos onde a ausência de controles mínimos levou empresas a perderem reputação de forma irreversível.

Pamplona reforçou:
“Não existe operação sustentável sem política clara de prevenção à lavagem de dinheiro e monitoramento de comportamento.”

Fernanda Meirelles destacou treinamento e cultura como diferenciais concretos:
“Compliance não acontece na planilha. Ele acontece na atitude diária.”

E Fernanda Batistella finalizou com uma frase que fez muita gente anotar:
“Quem só faz compliance porque precisa, está atrasado. Quem faz porque acredita, já está na frente.”


Presença da Gaming365

A Gaming365 segue acompanhando todos os painéis, discutindo tendências com executivos, pesquisadores, advogados e operadores — trazendo cobertura com profundidade e interpretação.

Mais atualizações ao longo do evento.

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